O conforto de se dirigir um automóvel com câmbio automático tem conquistado muitos motoristas. O mercado já percebeu essa tendência e tem lançado cada vez mais carros com esse tipo de transmissão. Um estudo divulgado pela Bright Consulting prevê que, em 2019, pela primeira vez na história, o mercado brasileiro venderá mais carros zero-quilômetro equipados com esse tipo de transmissão que modelos com caixas manuais.
Porém, na mesma proporção em que vem aumentando a aquisição dos automóveis com o câmbio automático, as dúvidas sobre a maneira de usá-lo no dia-a-dia e os cuidados com a manutenção também cresceram. Por isso, reunimos aqui os principais questionamentos, dicas e curiosidades sobre esse assunto.
Afinal, é preciso trocar o óleo do câmbio automático? No trânsito pesado ou quando eu paro no sinal, coloco a alavanca no N (Neutro) ou deixo no D (Drive)? Como devo proceder na hora que eu terminar de estacionar um carro automático? São tantas perguntas que resolvemos fazer um guia para lhe orientar como proceder para que você prolongue a vida útil da transmissão e não tenha prejuízos. Além de não ser enganado na hora de comprar um automóvel com câmbio automatizado, acreditando ser um automático convencional.
Câmbio Automático
Já o câmbio automático não tem embreagem. É um componente chamado conversor de torque que faz a ligação entre a caixa de transmissão e o motor. As marchas são definidas por engrenagens epicicloidais, popularmente chamadas de planetárias (diferentes daquelas presentes nos sistemas manuais). É por isso e o câmbio automático também é chamado de epicíclico.
As trocas das marchas são realizadas automaticamente, por uma central eletrônica, de acordo com a rotação do motor e a velocidade do veículo. Porém, não são tão rápidas quanto a dos câmbios automatizados de dupla embreagem. Por outro lado, o funcionamento é extremamente suave.
Os sistemas mais modernos já dispõem de oito ou até 10 marchas. Mas praticamente todos os mecanismos atuais, independentemente do número de velocidades, permitem que o motorista assuma o controle e faça as trocas por contra própria, de modo sequencial, por meio de toques na alavanca ou de borboletas localizadas no volante (que têm o nome técnico de paddle-shifts). Os automatizados de dupla embreagem (chamados DSG ou DST) também oferecem a opção da troca de marchas em aletas sob o volante.
Câmbio automático do tipo CVT
E o CVT? O Continuosly Variable Transmission (Transmissão Continuamente Variável) é um tipo de câmbio automático, também acoplado ao motor por um conversor de torque. Todavia, seu princípio de funcionamento tem características muito específicas. Isso porque ele não conta com um número fixo de marchas: funciona como se tivesse uma infinidade delas.
É que em vez de trazer diversas engrenagens epicicloidais, que determinam as marchas, ele tem apenas duas polias de diâmetro variável, ligadas a uma polia ou a uma corrente. A relação entre elas vai mudando de modo contínuo e progressivo, sem marchas definidas, de acordo com a condução.
O resultado é que a rotação do motor se mantém mais constante em acelerações. Consequentemente, o câmbio automático do tipo CVT é o mais suave entre seus pares. Também permite maior economia de combustível, embora, nesse caso, exista uma série de fatores envolvidos (como o peso do veículo e as características do propulsor, entre outros).
O câmbio automático CVT também tem algumas limitações. Ele não suporta, por exemplo, volumes muito grandes de torque. Por isso, geralmente não são utilizados em modelos esportivos ou em veículos com grande capacidade de carga.
Outra questão é que, devido ao funcionamento contínuo, alguns motoristas acham monótono dirigir veículos com esse tipo de transmissão. Porém, alguns sistemas já trazem um recurso para driblar esse problema: marchas simuladas. Nesses casos, as polias se mantêm fixas em determinados pontos, formando as marchas. Isso permite até que o motorista as troque de modo sequencial, como nos similares do tipo epicíclico.
Dicas para dirigir um automático
Agora que você sabe mais sobre esses tipos de câmbio sem pedal da embreagem, confira as dicas abaixo para você usar melhor essa transmissão:
Descer na ”banguela”
Você deve estar se perguntando: “banguela em um carro automático? Como assim?” O negócio é que têm alguns motoristas que acreditam que colocar a alavanca no N (Neutro) durante uma ladeira é uma ótima maneira de economizar combustível. Só que eles se esquecem que essa atitude causa um esforço maior no sistema de freios. Pois, assim como em carro manual desengrenado, o câmbio não irá auxiliar o trabalho da frenagem.
Além do mais, nos motores equipados com injeção eletrônica (item presente em todos os automóveis vendidos no Brasil há pelo menos 20 anos), a economia de combustível é maior se o motorista mantiver uma marcha engatada sem acelerar que se ele colocar a transmissão em ponto morto. E isso vale tanto para carros equipados com o câmbio automático quanto com o manual.
A prática de colocar a alavanca em N ainda pode trazer um problema adicional: desgaste acelerado. É que o mecanismo dos câmbios automáticos trabalham sob grande pressão de óleo. Na “banguela”, essa pressão é bem menor, o que pode prejudicar a lubrificação, principalmente se o veículo estiver em movimento. Por tudo isso, o ideal é você deixá-lo sempre na posição D (Drive) ou, se a sua caixa tiver a opção de trocas sequenciais, colocar uma marcha mais forte.
Ao estacionar em uma ladeira, primeiro puxo o freio de mão ou engato o P?
Vira e mexe leitores enviam e-mails para o AutoPapo relatando que a alavanca travou no P (Parking). A pergunta determinante é: na hora em que isso ocorreu, você imobilizou completamente o veículo antes de engatar o P? Em 90% dos casos, a ação do motorista foi contrária: após estacionar, o motorista posicionou a alavanca no P sem freá-lo, ou até mesmo quando ele ainda estava em movimento.
Se você é um motorista ansioso ou distraído, que fatalmente vai engatar o P sem imobilizar o veículo, é interessante criar um hábito. Ao estacionar, acione o freio de mão primeiro e só depois mova a alavanca para o P. Desse modo, a ação sempre será feita com o veículo completamente parado. Agora, na hora de sair com o automóvel, o procedimento é inverso: primeiro dê a partida e coloque o câmbio em D, para depois baixar o freio de mão.
Quando usar o “L” ou “1,2,3”
Em alguns automóveis com câmbio automático, além das letras P, N e D no câmbio, a também a letra L (Low). Esse função aciona uma marcha mais forte, como a primeira ou a segunda. Então, ao subir uma ladeira mais pesada, ao colocar a alavanca no L, isso irá impedir que a transmissão, em rotações mais elevadas, troque de marcha no meio do morro e o seu carro perca torque. Evitando, assim, que o sistema retorne para uma marcha abaixo logo em seguida.
1, 2, 3…
Em determinadas transmissões automáticas, em vez da letra L (ou adicionalmente à ela), há os números 1, 2 e 3. Eles equivalem à primeira, à segunda e à terceira marcha. Ao colocar a alavanca nas posições determinadas por esses algarismos, o motorista vai limitar o funcionamento do câmbio. Então, ele vai utilizar, no máximo, aquela marcha específica. No 2, por exemplo, o sistema vai manter sempre a segunda marcha, mesmo se o motor já tiver alcançado altas rotações. No 3, do mesmo modo, a quarta jamais será engatada.
Esse recurso serve para evitar mudanças para marchas seguinte em situações nas quais o carro não pode perder força. Por exemplo, ao subir uma ladeira íngreme em um veículo sem grande reserva de potência. Ou ao transitar em pisos de baixa aderência, como estradas enlameadas ou cobertas de neve. Mas sua maior utilidade é possibilitar que o motorista utilize freio-motor em descidas.
Para que serve o botão “S”
Câmbios automáticos podem também oferecer a opção “S” , de “sport”, na alavanca. Em quase todos, a ideia é tornar a condução mais esportiva,“esticando” mais a rotação de motor em cada marcha antes de cambiar para a seguinte.
Em alguns carros mais antigos, entretanto, o “S” significava “Snow”,de neve, em inglês. Neste caso, a caixa eliminava a primeira marcha e arrancava de segunda, para evitar que as rodas patinassem. Podia ser usado também para sair da imobilidade na lama. Atualmente, essa função é cumprida pelo Controle de Tração, um dispositivo eletrônico que evita o deslizamento das rodas.
Quando trocar o óleo?
A resposta para essa pergunta é: depende. Alguns veículos automáticos já dispensam a necessidade de se fazer a troca do óleo do câmbio, assim como no câmbio manual. Mas é bom sempre lembrar de checar periodicamente no nível do fluido, já que é possível que surja um vazamento. O importante é sempre consultar o manual do proprietário para saber se o modelo em questão tem essa exigência e em qual quilometragem esse serviço deve ser feito.
Automatizados
Para início de conversa, é preciso deixar bem claro que câmbio automático não é a mesma coisa que automatizado. A única semelhança entre os dois é a ausência do pedal de embreagem e as letras P (Parking), N (Neutro), R (Reverse ou ré) e D (Drive). Entretanto, mecanicamente, eles são completamente diferentes.
O câmbio automatizado tem embreagem, como nas caixas manuais. Porém, ele é todo operado por computador e comandos elétricos ou hidráulicos atuam como se fossem um “pezinho” oculto para acionar a embreagem e uma “mãozinha” para passar as marchas. Resumindo, seu funcionamento é bastante parecido com o de um sistema manual, com a diferença de que ele é operado eletronicamente.
Existem diversas denominações comerciais para sistemas automatizados de uma embreagem. Entre os quais, Dualogic/ GSR na Fiat, i-Motion na Volkswagen, Easy’R na Renault e Easytronic na Chevrolet. Apesar dos nomes distintos, são sistemas semelhantes do ponto de vista técnico.
Automatizado de dupla embreagem
Existem ainda os câmbios automatizados de dupla embreagem, que são bem mais avançados. O funcionamento é parecido com os similares de apenas uma embreagem. Mas há uma diferença crucial: a presença de duas embreagens, uma para as marchas pares (e para a ré) e outra para as ímpares. Por causa disso, uma das marchas fora de uso está sempre pré-engatada. Quando está trafegando em segunda, por exemplo, o mecanismo mantém a terceira prestes a ser utilizada.
Isso traz vantagens em diferentes aspectos. Primeiramente, as trocas são muitíssimo rápidas: duram, em média, milissegundos. É por esse motivo que esse tipo de transmissão é muito usada em carros esportivos. Outra vantagem é que o funcionamento é bastante suave, tal como nas caixas automáticas. Muito diferente dos dispositivos de apenas uma embreagem (automatizados) que costumam “dar trancos” nas passagens de marchas e por isso já estão deixando de ser fabricados.
O que fazer se a alavanca estiver travada?
Agora no caso da alavanca do câmbio travar por causa de uma pane elétrica, já que você não vai conseguir ligar o carro, a solução é bem simples: tire uma tampinha (vide foto abaixo) que fica próximo ao câmbio e use a própria chave do carro para empurrar um botãozinho que fica embutido lá para desbloquear a alavanca e colocá-la na posição N. Assim, você poderá soltar o carro para colocá-lo em um reboque ou empurrá-lo para um outro local.
Fonte: autopapo.uol.com.br/noticia/cambio-automatico-uso-manutencao-funcionamento/
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